Quem nunca pensou assim: “eu não consigo andar em amor”, “é difícil amar tal pessoa”? Acredito que dificilmente alguém nunca pensou assim. Sejamos sinceros, é fácil amarmos pessoas com as quais nos identificamos, é mais fácil perdoar aqueles que convivem conosco há muito tempo.
Mas, amar aqueles que nos perseguem de graça, que constantemente atiram pedras em nossa árvore, ou aqueles que insistentemente nos machucam com atitudes difíceis de suportar, entre diversas situações que você possa imaginar, não é nada fácil.
Também não estou afirmando que é impossível amar os difíceis, indesejados, os que naturalmente não suportamos por diversos motivos, se fosse impossível, Jesus não teria dito em sua Palavra: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem!” (Mateus 5.44).
Mas eu acredito que assim como eu, você também, às vezes, se sente incapacitado de amar determinadas pessoas, de ativamente fazer o bem independente do que estamos sentindo. Apesar desse “sentir”, a verdade é que não estamos incapacitados, sem ferramentas que nos habilitem a realmente viver o amor de Deus aqui na terra. Ao invés disso, a Palavra de Deus diz:
“Ora, a esperança não confunde, porque o Amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito que nos foi outorgado.” (Romanos 5.5)
Qual Espírito nos foi outorgado? E o que significa outorgado? Outorgado significa algo que foi concedido, e, ao nascermos de novo, recebemos o Espírito Santo dentro de nós, esse é o Espírito que nos foi outorgado ou concedido, o qual derrama dentro de nós o Amor de Deus.
E por que a esperança não confunde? Porque não seremos confundidos, enganados, embaraçados quando andamos no perfeito amor de Deus. Portanto, está comprovado que não somos incapacitados de amar, de possuir habilidade para frutificar.
Outrora, podemos fazer a diferença, amar as pessoas que aos nossos olhos parecem difíceis, acreditar nos desacreditados, estender a mão aos que diversas vezes já caíram no mesmo erro. Se Deus nos amou quando éramos ovelhas desgarradas, por que não poderemos amar, uma vez que o Amor de Deus é derramado em nossos corações?
O Amor de Deus no original grego é “ágape” e possui um amplo significado, dentre tais, os que mais me chamaram atenção foi “benevolência inconquistável que sempre procura o bem maior da outra pessoa, independentemente do que ela faz. É um amor por escolha, refere-se à vontade, ao invés da emoção”.
É um amor diferente do sentimento de amor que temos pelas pessoas, por nossos familiares e amigos, que é um amor sincero, mas facilmente levado pelos sentimentos sejam bons ou ruins. Esse é o tipo de amor que da noite para o dia pode se transformar em ódio, que hoje faz promessas de fidelidade para o resto da vida, mas amanhã, nos primeiros indícios de decepção, volta atrás e rapidamente desiste das pessoas.
Mas, o ágape, o amor do tipo de Deus, procura sempre o bem da outra pessoa, independente do que ela faz. É um amor por escolha, é um comportamento e não um sentimento é o tipo de amor que resiste ao tempo e às frustrações.
E quanto mais meditarmos no amor de Deus, se tornará mais fácil andarmos à altura de quem já somos, filhos amorosos, cheios da vida do próprio Deus. Talvez, esteja parecendo que não existam desafios na vida de amor. A verdade é que essa é a vida mais desafiadora: escolher o Amor de Deus em vez de prejudicar, mesmo quando se está sendo injustiçado.
*Trecho retirado do livro “Além da Marca” de Luana Mayara